Um vídeo de um suposto pastor tem gerado polêmica entre os internautas nos últimos dias. Na gravação, Claudemiro Soares Ferreira, atribui a onda de ataques a escolas ao orixá Ogum.
Conforme o pastor, que aparece usando um chapéu e uma camisa de características africanas, trata-se de uma entidade violenta, “que mata com faca, com machadinha”.
O religioso questiona o porquê a entidade é cultuada, e finaliza dizendo que o orixá gosta de “sangue inocente”.
“Os massacres em escolas no Brasil, é que o seguinte. Ogum não gosta de bullying”, diz Claudemiro. “Ele é o orixá violento: ele mata com faca, com machadinha… incrível! Como é que pode alguém cultuar uma desgraça dessas? Então, se amanhã ocorrer um massacre nas escolas,já sabe: é mais uma de Ogum, mais uma vez ele querendo sangue inocente, porque é o que ele gosta”.
No perfil do pastor nas redes sociais tem outros vídeos em que ele ataca as religiões de matrizes africanas. Em uma das filmagens, Claudemiro atribui às religiões a responsabilidades das mazelas no continente.
Uma das maiores lideranças do candomblé no Distrito Federal, Adna Santos, mais conhecida como a Yalorixá Mãe Baiana de Oyá, disse que as falas do pastor têm o objetivo de aumentar conflitos entre a sociedade e as religiões de matrizes africanas. “Ele coloca a nossa comunidade em uma situação de guerra com a comunidade”, alegou.
Líderes de terreiros de umbanda e candomblé registraram boletim de ocorrência, nessa quarta-feira (26/4), denunciando o religioso que também é auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) por discriminação religiosa.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal também se manifestou contra as falas intolerantes proferidas pelo religioso. Os distritais cobraram investigações e a punição do responsável.
Com informações Caio Rangel